ATA DA TRIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 19-11-2002.

 


Aos dezenove dias do mês de novembro de dois mil e dois, reuniu-se, no Salão de Festas do Clube Sociedade Polônia, na Avenida São Pedro, setecentos e setenta e oito, em Porto Alegre, a Câmara Municipal de Porto Alegre, nos termos do artigo 7º, § 1º, do Regimento. Às dezessete horas e trinta e três minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear o transcurso do Dia Nacional da Polônia, nos termos do Requerimento nº 154/02 (Processo nº 3151/02), de autoria do Vereador Isaac Ainhorn. Compuseram a MESA: o Vereador José Fortunati, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Jacek Krzysztof Hinz, Embaixador da Polônia no Brasil; o Senhor Ignácio José Kornowski, Presidente da Sociedade Polônia, e esposa; o Senhor Paulo Ziulkowski, Prefeito Municipal de Mariana Pimentel - RS, Presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul e Presidente da Confederação Nacional dos Municípios, e esposa; o Senhor Edwin Zembruski, Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Polônia, e esposa; a Senhora Wanda Krepinski Groch, Cônsul Honorária da Polônia; o Deputado Estadual eleito Sérgio Luís Stasinski; o Vereador Isaac Ainhorn, proponente desta solenidade; o Vereador João Carlos Nedel, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem os Hinos Nacionais Polonês e Brasileiro, cantados pela cantora lírica Elenara Nunes, acompanhada pelo pianista Tiago Halewicz e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, prestou homenagem ao Dia Nacional da Polônia, salientando que a comemoração desse dia decorre das disposições da Lei Municipal nº 8.353/99 e externando seu reconhecimento à contribuição prestada pelo povo polonês para a formação social e cultural da Cidade de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul. A seguir, o Vereador Isaac Ainhorn procedeu à entrega, ao Senhor Presidente e ao Senhor Ignácio José Kornowski, de fotografias alusivas às comemorações do centenário da Sociedade Polônia e, após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada do PPB, teceu considerações sobre aspectos de semelhança existentes entre os povos brasileiro e polonês, notadamente quanto à predominância da religião católica. Também, enalteceu a expressividade da presença das comunidades de origem polonesa no Brasil, cumprimentando o Vereador Isaac Ainhorn pela iniciativa da presente solenidade. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores Ignácio José Kornowski e Jacek Krzysztof Hinz, que destacaram a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao Dia Nacional da Polônia. Também, o Senhor Jacek Krzysztof Hinz procedeu à entrega, ao Senhor Ignácio José Kornowski, de um álbum temático sobre as prefeituras existentes na Polônia. A seguir, o Senhor Presidente informou que, após o encerramento da presente solenidade, seriam realizadas apresentações artísticas de cantores e grupos folclóricos, convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e vinte minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador José Fortunati e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Dia Nacional da Polônia. Compõem a Mesa o Ex.mo Sr. Jacek Krzysztof Hinz, Embaixador da Polônia no Brasil; Sr. Ignácio José Kornowski e Senhora, Presidente da Sociedade Polônia; Senhor Paulo Ziulkowski e Senhora, Presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Presidente da FAMURS e Prefeito Municipal de Mariana Pimentel; Sr. Edwin Zembruski e Senhora, Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Polônia; Senhor proponente desta homenagem, Ver. Isaac Ainhorn; Sr.ª Wanda Krepinski Groch, Cônsul Honorária da Polônia; Sr. Deputado eleito pelo Partido dos Trabalhadores Sérgio Stasinski. Demais autoridades presentes, senhoras e senhores da Direção da Sociedade Polônia, senhores da imprensa, senhores e senhoras da comunidade polonesa e demais membros da comunidade.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos a execução dos Hinos da Polônia e Nacional, pela cantora lírica Elenara Nunes acompanhada pelo pianista Tiago Halewicz.

 

(Executam-se o Hino da Polônia e Hino Nacional.)

 

O Ver. Isaac Ainhorn, proponente desta homenagem, está com a palavra.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Honra-nos muito, nesta oportunidade, participar de uma cerimônia extremamente singular na cidade Porto Alegre, e não me consta, nos meus registros, que a Câmara, o Legislativo desta Cidade, que tem duzentos e trinta e sete anos de existência, o Legislativo de Aloísio Filho tenha, em algum momento, deslocado, por força de decisão soberana do conjunto dos Vereadores, a Câmara Municipal para a sede da Sociedade Polônia, aqui no 4.º Distrito, na região de um dos mais extraordinários homens públicos desta Cidade, Aloísio Filho.

Há pouco, nas referências que fazia, o Presidente da Câmara Municipal registrava que este Vereador era o proponente desta Sessão. Neste momento, quero registrar a todos, até por que mais foi uma deferência, uma gentileza desse que preside esta Sessão, conquanto, hoje, as comemorações relativas ao Dia Nacional da Polônia nascem por força de uma imposição legal, oriunda da Lei n.º 8.353, de 1.º de outubro de 1999, que estabelece no seu artigo 1.º: “Fica instituído, no âmbito municipal, o Dia Nacional da Polônia, a ser comemorado, anualmente, no dia 11 de novembro. Art. 2.º: A Câmara Municipal de Porto Alegre, em conjunto com o Executivo do Município, a representação diplomática da Polônia, a Sociedade Polônia e as demais entidades representativas da coletividade polonesa local promoverá atividades comemorativas alusivas à data.” Essa Lei, que já tem três anos de existência aqui na nossa Cidade, revela-se uma lei plenamente exeqüível e uma realidade efetiva, conquanto, hoje, comemora-se o Dia Nacional da Polônia, exatamente com a integração do Legislativo de Porto Alegre, com a integração das autoridades diplomáticas polonesas no nosso País e com a presença da Sociedade Polônia, numa nota extraordinária que certamente há de permanecer gravada nos Anais desta Casa da Sociedade Polônia, porque o que se observa é que essa instituição e o povo polonês são muito ciosos da sua história e do seu passado, basta andar pelas galerias dessa sociedade para ver a foto de todos os seus Presidentes. Nos mais de cem anos dessa instituição, ela reverencia e preza o seu passado. Não fosse assim, a Polônia não teria conseguido, definitivamente, a sua independência e a sua liberdade, que é comemorada exatamente no dia 11 de novembro; fruto de contínuas lutas, de dores, de sofrimentos e de obstáculos.

Quando instituímos o Dia Nacional da Polônia, procuramos fazer, na distante Porto Alegre, longe de Varsóvia, o reconhecimento à coragem de um povo que, embora sofrido, perseguido e subjugado jamais desanimou na busca e na aspiração do que almejava: a liberdade da Polônia.

Eu, aqui, me refiro também a um outro dado de extrema importância e de uma idéia extremamente moderna e contemporânea; é que a concepção xenófoba, a concepção reacionária de que uma pessoa não poderia se identificar, do ponto de vista de uma dupla identidade, hoje a história moderna revela ultrapassada essa concepção. Uma expressão disso é o Rio Grande do Sul, onde os poloneses, que constituem uma das mais expressivas etnias, se orgulham da sua condição de brasileiros e de suas raízes polonesas, estimulando e reverenciando a sua cultura, o seu folclore, a sua história e as suas tradições; e é isso que enseja, de forma singular, a existência de uma Lei que comemora o Dia Nacional da Polônia.

E a Polônia tem nos dado inúmeros exemplos, alguns extremamente contemporâneos, alguns deles muito presentes, e que eu cito aqui na sua luta permanente contemporânea pela liberdade. Oprimida, subjugada, invadida pela Alemanha nazista, enfrentou, através de um governo no exílio, e igualmente através da luta dos guerrilheiros poloneses, a fera nazista. Mas também teve força suficiente para enfrentar o tacão soviético, resistir e dizer um não, um basta ao pseudosocialismo que na realidade não era um socialismo, mas era, isso sim, uma intervenção direta que fazia da Polônia apenas um satélite de Moscou e das intenções dos dirigentes, a exemplo do que ocorreu no passado com os czares, na Rússia antiga.

Por isso a nossa satisfação e o nosso orgulho neste momento, até por que também somos oriundos e de raízes polonesas, tanto de parte de pai como de parte de mãe, que teve que fugir antes da guerra, porque a presença do tacão nazista já se fazia muito presente, anteriormente a 1939, com a intervenção de Hitler na Polônia.

Hoje, quando registramos o Dia Nacional da Polônia nesta Casa, quando a Câmara Municipal, instituindo essa Lei, comemorou há três anos os cem anos da Sociedade da Polônia, estamos resgatando e reverenciando a memória dessa grande etnia que soube construir, ser responsável e partícipe do processo de desenvolvimento econômico e social deste Estado do Rio Grande do Sul, onde é marcante a presença polonesa; basta dizer que, hoje, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul tem dois deputados estaduais oriundos da comunidade polonesa - o Dep. Sérgio Stasinsky, recém-eleito, e o Dep. Iradir Pietroski. Há uma figura das mais extraordinárias da vida pública brasileira, que, com a sua modéstia, muitas vezes deixa de concorrer a grandes cargos parlamentares no nosso País, que é a figura do Prefeito de Mariana Pimentel, Sr. Paulo Ziulkowski.

Portanto, Sr. Embaixador, o Rio Grande tem muito a agradecer à contribuição polonesa dada pela vinda dos imigrantes poloneses a esta terra; mas de outro lado a Polônia tem muito que se orgulhar dos seus descendentes, que ajudaram a construir esse rincão no extremo meridional do nosso País. A nossa satisfação, nossa honra, nossa enorme emoção, neste momento, de estarmos aqui, nesta histórica Sessão, quando se comemora, nas instalações da Sociedade Polônia, o Dia Nacional da Polônia.

Neste momento, quero fazer a entrega, ao Sr. Presidente desta Casa, de um conjunto de mais de cem fotos que a Câmara Municipal, no curso das comemorações, fez das comemorações dos cem anos da Sociedade Polônia. Como ela é muito ciosa em relação a sua memória, tenho a certeza de que essas fotos, que representam o registro e a memória de um pedaço da história desta Casa, serão bem guardadas, bem cuidadas para que um dia as gerações posteriores possam avaliar o que nós fizemos aqui, as contribuições dessa instituição para o desenvolvimento da sociedade humana e para a busca do engrandecimento, perseguindo, permanentemente, as raízes da sua etnia da comunidade polonesa. Muito obrigado.

Neste momento, se o Presidente me permitir, gostaria de quebrar o protocolo e entregar ao Dr. Ignácio, Presidente da Sociedade Polônia, as fotos alusivas ao centenário ocorrido há três anos.

 

(Procede-se à entrega das fotos.) (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, e falará em nome da Bancada do Partido Progressista Brasileiro.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Presidente, Sr. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Homenagear a Polônia é, para mim, quase como homenagear o próprio Brasil, tal é a identidade que percebo entre os dois países, este, a minha Pátria; aquele, um dos países que mais admiro, por sua história e pelo caráter de seu povo. E também um dos com que mais me identifico, pois sou natural de Cerro Largo, Distrito de São Luiz Gonzaga naquela época, e vizinho ao de Guarani das Missões, que tinha e tem uma grande colônia polonesa do Estado. Gente que a aprendi a conhecer e com quem me acostumei a conviver, e dessa convivência nascendo não só a amizade mas também a admiração, que haveriam de ser crescentes por toda a minha vida, na medida em que com mais poloneses convivo. Outro forte fator de minha identidade com a Polônia é o fator de ser ela marcadamente católica, tendo como símbolo de sua fé a imagem da Virgem Negra de Czestochowa, ou seja, Nossa Senhora de Monte Claro, reverenciada como padroeira do país e de seu povo; além, também, de ser a terra natal de Karol Wojtyla, ou seja, o Papa João Paulo II, o grande líder espiritual do mundo na virada do terceiro milênio.

Admiro a Polônia também pelas figuras de muitos de seus patriotas, como por exemplo Chopin, grande compositor do século XIX, conhecido pelas suas mazurcas e polonaises; Copérnico, que defendeu até a morte sua convicção na teoria heliocêntrica; e Marie Sklowodska Curie, ganhadora de dois prêmios Nobel - de Física e Química.

Na condição de brasileiro e patriota, dou ênfase particular à expressiva comunidade de origem polonesa no Brasil, estimada em mais de um milhão de pessoas, bem como às tradicionais relações econômico-comerciais e ao diálogo fluido e de alto nível entre autoridades dos dois países, o que confere dimensão especial ao nosso relacionamento com a Polônia. Os quatorze acordos bilaterais, diplomáticos ou de serviços, vigentes ou em andamento, além da realização de dezenas de eventos bilaterais, são bem uma amostra da fortaleza da amizade e da confiança que o Brasil devota à Polônia e ao povo polonês.

Eu poderia prosseguir por horas falando sobre motivos que tenho, todos eles especiais, para minha afinidade com aquele país e a sua gente. Mas quero destacar, de modo particular, a perfeita integração que se fez entre aqueles que migraram para o Brasil e os habitantes de nossa terra; gente que trazia consigo apenas a força do seu trabalho, o engenho da sua inteligência e a firmeza da sua convicção religiosa. Gente que atravessou a imensidão do oceano para aqui buscar vida nova, trazida pela esperança de um mundo melhor, de maiores oportunidades e de um futuro mais promissor. E que aqui tendo escolhido para viver, assumiram por inteiro o dever de participar ativamente do progresso e do desenvolvimento de nossa terra. Hoje são eles, seus descendentes, brasileiros em toda a extensão da palavra, merecedores do nosso apreço e dignos de nosso reconhecimento fraterno. Por isso, a presente Sessão Solene, iniciativa do ilustre e querido Ver. Isaac Ainhorn, dá relevo à efeméride excepcionalmente realizada fora da sede da Câmara Municipal, dá realce e significado singulares a este evento, reforçando o nosso sentimento de acolhida à operosa e simpática colônia polonesa em nossa Cidade.

A Bancada do Partido Progressista, PPB, Sr. Presidente, por meu intermédio, e expressando também a vontade e o pensamento pessoal dos companheiros Vereadores João Antônio Dib, Pedro Américo Leal e Beto Moesch, por tudo quanto disse, associa-se inteiramente à homenagem que a Câmara Municipal de Porto Alegre presta à Polônia na oportunidade em que comemora sua data nacional; e também cumprimenta a Sociedade Polônia, que comemora cento e seis anos de fundação.

Fica aqui, então, o nosso desejo de que Deus abençoe sempre a Polônia e os poloneses de todos os cantos do mundo, especialmente os de Porto Alegre Parabéns! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Sr. Ignácio José Kornowski está com a palavra.

 

O SR. IGNÁCIO JOSÉ KORNOWSKI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Para nós, da Sociedade Polônia, hoje é um dia realmente histórico, termos um evento transferido e acontecido aqui na nossa Sociedade, pela Casa do Povo. É um momento histórico e que coroa o trabalho da nossa etnia de tantos e tantos anos, justamente comemorando uma data importantíssima, que é 11 de novembro de 1918, quando foi proclamada a independência da Polônia; que teve inclusive a participação extraordinária de um brasileiro, que foi Rui Barbosa, para que acontecesse a independência, em nome da liberdade, o término da guerra na Europa. Dizia ele que era importante a independência da Polônia para que se restabelecesse a ordem, se restabelecesse a paz na Polônia. E esses poloneses, de antes e posteriores, vindos para o Rio Grande do Sul, para Porto Alegre, com tantos problemas que enfrentaram até chegar aqui, desenvolveram e se enraizaram aqui e nos deixaram esse patrimônio cultural, social, de cento e seis anos, e hoje temos a honra de receber autoridades expressivas para comemorar e homenagear a nossa etnia.

Hoje, momentos são diferentes. Lutamos, etnicamente, pela nossa preservação, preservação da cultura principalmente. Sabemos que no mundo globalizado não é fácil, porque se perde o enraizamento étnico, mas acredito que também a globalização facilita, pelas comunicações, intercâmbios que são proporcionados a facilitar a propagação cultura. Isso acredito que está acontecendo numa era nova. Como a Polônia está sofrendo transformações muito grandes sociais e econômicas, o Brasil também está sofrendo. E o Brasil, com essa miscigenação, principalmente no Rio Grande do Sul, onde a nossa etnia, com muito orgulho, como dizia o Ver. Nedel, tem uma participação importantíssima na estruturação da sociedade, na cultura religiosa, nas expressões profissionais. E a Sociedade Polônia tem um papel importantíssimo principalmente quando aqui se reuniam aqueles que vieram da Polônia, num momento de lazer e num momento de matar a saudade.

Graças ao incentivo e à luta do Ver. Isaac Ainhorn, diríamos, hoje, com toda certeza, nosso querido Vereador, companheiro e amigo, somos destacados com uma Lei, e acredito que é a única no Brasil, uma Lei com a qual se comemora a data nacional da Polônia, homenageando a todos os poloneses e descendentes, principalmente a sua cultura, o seu trabalho, o seu desenvolvimento.

Hoje, temos uma etnia participativa na sociedade graças ao incentivo também dos governantes ou dos representantes dos governos da Polônia. Temos muita sorte de termos excelentes representantes. Eu citaria o Cônsul Marek, que deu muito incentivo para nós; o embaixador anterior; o atual embaixador, que nos prestigia, hoje, com toda a força, com o seu incentivo; além da Cônsul Grazyna, com uma participação extraordinária também. Isso, com certeza, facilitará a preservação da cultura de todas as etnias, além da participação cada vez maior no intercâmbio entre Brasil e Polônia. É extremamente importante, neste momento, esse movimento; porque há um crescimento muito forte tanto cultural como de intercâmbio. E por esse motivo a Sociedade Polônia e todos os seus componentes são eternamente gratos à Câmara dos Vereadores de Porto Alegre por nos proporcionar este momento. Muito obrigado a todos. Muito obrigado, mesmo. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Sr. Jacek Krzysztof Hinz está com a palavra.

 

O SR. JACEK KRZYSZTOF HINZ: Sr. Presidente, Srs. Verdores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É realmente muito difícil falar depois de tão belas e verdadeiras palavras ditas pelas personagens que falaram antes. Foram palavras bonitas sobre a participação polonesa aqui em Porto Alegre, sobre a Polônia e sobre os laços históricos entre a Polônia e o Brasil. Se me permitem, eu quero somente assinalar algumas coisas. Foi precisamente o Brasil o primeiro país da América do Sul que reconheceu a independência da Polônia. Também Porto Alegre e Rio Grande do Sul têm um lugar muito especial no coração dos poloneses. Aqui já chegaram os poloneses há mais de cem anos, fazendo-se muito forte a sua presença nesta parte do Brasil, neste Estado e em Porto Alegre. Para nós a presença polonesa em Porto Alegre é parte da nossa identidade nacional, mas também significou e significa uma contribuição valiosa para a história do Estado, para a história da Cidade, para a história do Brasil.

Já se mencionou aqui o Presidente Kaczorowski e o grande estadista brasileiro Rui Barbosa, foi precisamente ele, em 1907, na Conferência de Paz de Haia, que promoveu a idéia da independência da Polônia, quando ainda faltava muito para alcançarmos isso. Foram também, durante a 1.ª Guerra Mundial, os soldados brasileiros, entre eles os poloneses que estavam no exército do General Haller, para lutarem na França pela independência da Polônia. Esse ato foi ao mesmo tempo uma participação brasileira na nossa história, mas também uma participação na história do Brasil, um ato muito importante. Depois tínhamos outro exemplo da luta comum, durante a II guerra Mundial, quando soldados poloneses lutaram na mesma frente da Itália junto com os soldados brasileiros. Em todos esses casos nossos caminhos foram sempre juntos. Por isso a presença polonesa, aqui em Porto Alegre, para nós significa muito, é uma contribuição tanto para a história do Brasil como para a história da Polônia.

Senhoras e senhores, eu acho que essa solenidade em homenagem à independência da Polônia é também uma homenagem à contribuição dos poloneses para a história de Porto Alegre, é também uma manifestação incrível, difícil de menosprezar a "multiculturidade" de uma realidade de convivência de diferentes culturas, de tolerância, como mencionou, aqui, antes, o Ver. Isaac Ainhorn, muito bem dizendo, que não há lugar, não há espaço para a xenofobia; mas temos lugar para a tolerância, para a convivência pacífica pelo bem do Brasil e, no caso da Polônia, para o bem da Polônia.

Agradeço muito às autoridades do meu País pela iniciativa de homenagear o Dia da Independência da Polônia. Eu acho que seria muito bom que nunca esquecêssemos da nossa história comum, que pode ser celebrada durante muitos anos essa data.

Referindo-me ainda ao que disse o Ver. Isaac Ainhorn sobre as pessoas que trabalharam no exílio para o bem da Polônia. Precisamente no último dia 11 de novembro, data nacional polonesa, tive a honra de receber, em Brasília, o último Presidente da Polônia no exílio, o Ex.mo Sr. Richard Kaczorowski, sendo o último Presidente da Polônia morando na Inglaterra, passou, no ano de 1990, as insígnias do poder presidencial ao primeiro presidente livremente eleito na Polônia - Lech Walesa. Esse foi um ato de reconhecimento, um ato da continuidade histórica do nosso Estado, mas também - e por isso estou falando disso agora - o fim de uma situação, eu diria, esquizofrênica; de estar, uma parte dos poloneses, fora do país, sem participar da história do nosso país, e os demais em nosso país. Hoje em dia fizemos muito para reconhecermos a nossa história, e reconhecemos a participação de todos os poloneses que saíram da Polônia como uma parte importante da nossa identidade nacional.

Se o Presidente da Câmara me permitir, queria fazer a entrega de um álbum sobre as prefeituras que temos na Polônia ao Presidente da Sociedade da Polônia.

 

(Procede-se à entrega do álbum.) (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Queremos lembrar que após o encerramento desta Sessão teremos a apresentação de cantores e grupos folclóricos que serão apresentados pelo Presidente da Casa.

Em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, agradecemos a presença de todos vocês. É com muita honra e muita alegria que a Câmara se desloca para a Sociedade Polônia para prestar esta justa homenagem a um povo que tem raízes, tem cultura, e que, indiscutivelmente, tem contribuído e muito para o desenvolvimento cultural, econômico e político do nosso Estado. Agradecemos do fundo do coração a toda sociedade polonesa.

Convidamos os presentes para ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h20min.)

 

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